Mensagem da Direção

Passaram 42 Anos

A 15 de fevereiro de 2024 completa-se o 42º aniversário da fundação do CIVAS, momento em que demos início a um percurso de grande sucesso pelos objetivos então delineados ao serviço da comunidade da nossa terra.

Recordar essa data é, em primeiro lugar, lembrar e enaltecer o papel do núcleo de 22 senhorenses que naquela hora se constituíram fundadores da Instituição, e nela se empenharam ativamente dando curso a um projeto concebido para responder progressivamente a necessidades emergentes na população.

A história diz-nos que o começo da ação do CIVAS foi desenvolvido no apoio à infância, tomando logo das mãos da Junta de Freguesia da Senhora da Hora a incumbência de continuidade de uma estrutura preliminar à data existente, para a qual era imposição legal dar formalidade jurídica própria através de uma IPSS.

De seguida, foi logo em 1983 alargada esta resposta ao setor de infância até ao preenchimento integral da lotação do espaço existente, e mais tarde, em 1990, ampliada com a criação da resposta social de creche familiar.

Iniciada que foi em 1985 a gestão de um centro de convívio para reformados e idosos em instalações provisoriamente disponibilizadas pelo Município, conseguimos depois, em 1995, instalar e alargar este serviço no Palacete Sapage, após obra de reabilitação do mesmo que realizamos mediante cedência destas instalações pelo Município de Matosinhos.

Depois, em 1998, conseguimos ampliar as respostas de terceira idade neste polo de atividades com a criação dos serviços de centro de dia e de apoio domiciliário, preenchendo satisfatoriamente os espaços inicialmente disponíveis e ampliando para os espaços adjacentes, no ano 2000, com a construção do auditório e salão de atividades recreativas.

Faltava-nos agora realizar o sonho de conseguir um lar de idosos para onde encaminhar os nossos utentes dele carenciados e outros interessados da comunidade, tarefa que alcançamos com grande sucesso, em 2009, com a inauguração do Canto d´Encanto, através de uma oportuna parceria de cooperação com a Che As Sete Bicas e também o apoio da Câmara.   

Hoje, volvidos 42 anos, olhamos para o início e para todo este percurso com enorme prazer pela satisfação do dever cumprido, mas ainda com a convicção de que muito há a fazer para resposta cabal a todos quantos precisam deste tipo de respostas sociais.

O presente momento encontra-se, porém, com algumas interrogações quanto às condições futuras de realização deste nosso trabalho. Por um lado, precisando concretizar uma boa renovação e rejuvenescimento dos nossos órgãos dirigentes, não se nos afigura nada fácil, nos tempos que correm, poder recrutar a mobilização de interessados para boa continuação deste nosso trabalho de voluntariado.

Por outro, começamos a recear que o futuro do setor se apresente, futuramente, de certo modo comprometido. As recentes tendências, e prováveis implicações, da evolução das condições de regulação do apoio financeiro do Estado às Instituições, como é o caso já em curso das alterações na resposta social de creche, faz-nos considerar que possa estar em processo a transferência do papel do setor social privado para entidades de natureza e da esfera pública.

Em causa, está a imposição pelo Estado de uma medida de gratuitidade geral que implica critérios de admissão de utentes que afetam as Instituições da possibilidade de uma integração social mais ampla e diversificada, impedindo a vantagem de conferir menos despesa do Estado e de melhores condições de sustentabilidade e de garantias de prestação de serviço mais qualificado aos utentes.

Esperamos que as nossas preocupações não se venham a confirmar, e que o futuro do setor social privado e solidário prossiga com sucesso na ação, no mínimo equivalente ao da sua já longa história.

Senhora da Hora, janeiro de 2024

Guilherme Vilaverde

Presidente da Direção